Sim! Dom Pedro estava com diarreia, montava uma mula e o grito do Ipiranga não foi bem o “Independência ou morte”.

            Sem dúvidas alguma o dia mais importante do país é o dia 7 de setembro, dia de nossa independência. Mas muitas pessoas gostam de desmerecer esta gloriosa data, isso pela falta de patriotismo causada talvez pela insatisfação com a política atual e o não conhecimento de nossa história. E provavelmente muito dos leitores já se deparou com zombarias com o dia da Independência, com o príncipe que se tornará imperador nas margens do rio Ipiranga, a diarreia, sua montaria, suas roupas e até mesmo o famoso grito do Ipiranga. Todos esses deboches são verdadeiros!
            Este artigo vem contar a verdadeira história, que foi distorcida com o tempo. Embora alguns acontecimentos gerem piadas nos dias atuais na história eles enaltecem ainda mais o feito heroico do príncipe de Portugal Dom Pedro, o príncipe recebeu a difícil missão de governar o Brasil quando seu pais D. João retornou para Portugal levando toda a riquezas do país. Com o país quebrado, tinha despesas maior que o dobro da arrecadação de impostos, e deputados portugueses que limitavam o poder do Brasil e exigia que o príncipe retornasse a Portugal, Dom Pedro ficou ao lado do povo insatisfeito com as decisões portuguesas e liderou a resistência Brasileira, controlando as revoltas, as ideias diferentes, as regiões que queriam o desmembramento do Brasil e organizando a defesa contra as tropas portuguesas enviadas ao Brasil.

            Dom Pedro fez duas viagens pelo Brasil antes do grito do Ipiranga. A primeira foi para Minas Gerais uma semana após o Dia do Fico, 9 de janeiro de 1922, para controlar uma rebelião em cidades mineiras que se organizavam para se separar do Brasil e permanecer fiel a Portugal. Des de aí D. Pedro se mostrou corajoso e esforçado, viajava com uma guarda de apenas 10 pessoas, viajava o dia inteiro até de baixo de chuva, se alimentava pouco e dormia mal. Fez a viajem de volta de 530 quilômetros em apenas quatro dias. A segunda viagem foi a que resultou no dia da independência, foi para São Paulo dia 14 de agosto, onde foi acertar a política local, após isso partiu para santos para inspecionar as seis fortalezas o litoral de Santos.

- Dom Pedro montava uma mula.
            Uma mula, sem nenhum charme, mas resistente para poder subir a serra do Mar, um caminho enlameado e esburacado. “Ouvia a voz áspera dos tropeiros, tocando seus animais, a ecoar tão acima de nossas cabeças que parecia sair das nuvens”, assim o missionário americano Daniel Kidder descreveu o caminho anos mais tarde.

- A ‘dor de barriga’ do príncipe.

            Após passar o dia 6 de setembro inspecionando os fortes em santos o príncipe apresentou problemas intestinais, provavelmente causado por alimentos malconservados, sendo obrigado a repousar em uma humilde estalagem onde foi tratado com chá de folha de goiabeira, remédio natural contra diarreia. Embora não tenha resolvido o problema o chá permitiu com que o príncipe e sua comitiva continuasse na manhã do dia seguinte.

- O grito do Ipiranga não foi bem o “Independência ou morte”

            Ainda na entrada de São Paulo, no alto da colina do Ipiranga, com dores intestinais Dom Pedro foi obrigado novamente a interromper sua jornada quando recebeu cartas vindas com urgência da Capital, Rio de Janeiro. As cartas eram de Jose Bonifácio e da princesa Leopoldina, as cartas falavam sobre as decisões tomadas pelos deputados portugueses que anulavam todas as decisões tomadas por D. Pedro no Brasil e as províncias passariam a responder diretamente a Lisboa. As determinações também buscavam punir todos os que desobedeciam às ordens do governo português, o alvo era Jose Bonifácio que apontou em sua carta dois caminhos a ser escolhido pelo príncipe. O de retornar a Portugal e se tornar prisioneiro do governo ou a de proclamar a independência do Brasil.

            Diante da pressão dom Pedro decidiu se proclamar a independência do Brasil. Alguns relatos oficiais narram o acontecido. O primeiro é do padre Belchior que acompanhou D. Pedro na viajem, sua narrativa mostra um príncipe indeciso e motivado por ele a declarar a independência e não ouve um grito marcante na hora da decisão.  Já o relado do coronel Marcondes que estava com a guarda cerca de seiscentos metros da margem do Ipiranga, narra o “Independência ou Morte ” após arrancar e jogar no chão um laço azul e branco do chapéu que simbolizava a nação portuguesa.  O “independência ou morte” nas margens do Ipiranga foi relatada por Alfares Canto e Melo quando o acontecimento já teria se tornado dia mais importante da pátria, segundo ele D. Pedro teria explodido após um momento de reflexão o grito:

            -É tempo! Independência ou morte! Estamos separados de Portugal!